Antigamente, era couto a Mouraria Daquela gente condenada à rebelia O fado ameno, canção das mais portuguesas Era o veneno para lhes matar as tristezas
A Mouraria, mãe do fado doutras eras Que foi ninho de Severas Que foi bairro turbulento Perdeu agora todo o aspecto de galdéria Está mais limpa, está mais séria Mais fadista cem por cento
Adeus tipóias com pilecas e guiseiras Adeus rambóias e cafés de camareiras Nada mais resta da Moirama que deu brado Do que a funesta lembrança do seu passado
A Mouraria que perdeu em tempos idos A nobreza dos sentidos E o poder de uma virtude Salvou ainda toda a graça que ela tinha Agarrada à capelinha da Senhora da Saúde
Compositor: Frederico de Brito e Júlio Proença (Fado Modesto)Publicado em 2010ECAD verificado fonograma #17799627 em 14/Mai/2024