Eu não quero interpretar nada, nenhum gesto, nenhuma palavra. Sentimentos ou ressentimentos, numa conversa cantada. Não procuro um jeito de acertar ou encaixar nada. O que não cabe em mim agora, tenho que aceitar. O que eu não quero, eu não posso de repente inventar.
Como se fosse possível desfazer as palavras em amor. Não quero consertar a lâmpada queimada que queimou. Ou reviver a ilíada de uma odisséia que acabou.
O gosto salgado do mar no meio do lixo do caos do barulho. As cores tão fortes das frutas na feira entre folhas e verduras. A graça da luz da manhã entre o som e a fúria da praça da paz. Estou assustada mas não há mais mágoa, não magoa mais.
Ódio no meu coração eu não quero que entre e me acolha. Amarga é a vida que não perdoa sentimentos ou ressentimentos. Nada que o tempo não encontre a cura.
Compositor: Dulce Maria Rossi Quental (Dulce Quental) (ABRAMUS)Editor: Cafezinho Edicoes (ABRAMUS)Administração: Warner (UBC)Publicado em 2004 (07/Jan)ECAD verificado obra #1054640 e fonograma #717738 em 12/Abr/2024